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O sistema feudal já não existe em Portugal. Gostava de poder dizer isto de ânimo leve, mas não é bem assim. Pensar que estamos longe deste sistema é pura utopia. Se substituirmos o sector primário (agricultura) pelo sector terciário (serviços), vamos ver que a realidade faz jus ao mesmo sistema feudal dos tempos que já lá vão, com as devidas adaptações.
Vivemos num mundo energético onde as eras se repetem, embora de formas diferentes. Já vivemos quase tudo neste planeta. Umas vezes aprendemos, outras vezes não. Infelizmente ainda é assim. Precisamos de repetir, de repetir, de repetir. Por vezes a energia é a mesma, só que está mascarada. Onde é que eu já vi isto das máscaras J.
Energeticamente, o momento actual corresponde à queda do feudalismo, na roda da vida de Portugal. Já vivemos isto no passado e mais uma vez vamos vivê-lo novamente. Não há mal nenhum em repetir, mas ao menos, é importante que estejamos conscientes do aconteceu lá atrás. Só assim podemos fazer diferente. Só assim podemos vibrar numa energia diferente e transformar a energia do passado. Queremos sair desta roda que se repete? Pois… depende de cada um de nós. O ser humano não quer aceitar a sua incapacidade de compreensão, então inventa verdades para suprir essa carência. Isto é ganância e falta de humildade. É muito fácil fechar os olhos e não querer ver a verdade, mais do que compreendida.
Na ontocracia não há senhores feudais como podemos vê-los na democracia. No nosso sistema democrático, estes senhores feudais estão sentados nas suas poltronas e julgam-se donos da terra (do país) e dos seus servos. Quarenta e tal anos de democracia e ainda não percebemos que quando as pessoas são propriedade dos partidos políticos, das empresas, e não só, acabam como escravos do sistema. Acabou-se com a escravatura, mas estamos muito longe da liberdade que tanto apregoam desde o 25 de Abril. Não sou contra nenhum sistema, antes pelo contrário. Todos os sistemas têm algo a nos ensinar. A única coisa que não podemos fazer, é fechar os olhos às evidências e achar que tudo está bem, e continuar a criticar, mas nada fazer.
No sistema actual podemos ver todas estas demandas dos senhores feudais. Os nobres e os fidalgos não estão única e exclusivamente no Estado. O poder está feudalizado em Portugal, e nobres não nos faltam para nos subjugarem. Podemos vê-los nos partidos, nos banqueiros, nos grupos financeiros, nas seguradoras, nas farmacêuticas, nos escritórios de advogados, nos sindicatos, nas coligações, nas empresas monopolistas, na imprensa, nas igrejas, etc. Neste momento vivemos debaixo de uma aristocracia mascarada onde os servos não têm voto na matéria. Ah, como é tão bom ter alguém que nos governe e que cuida de nós!
Tudo tem uma razão de existir. Se estamos como estamos é porque merecemos, mas também porque temos a capacidade de lidar com a situação. Se assim não fosse, já teríamos sido subjugados e aniquilados. Além do mais, temos no Estado os senhores feudais que elegemos em democracia.
O Estado tem que estar acima dos interesses, acima do feudalismo. Achar que tudo vai ficar na mesma é pura utopia. É tempo de remover as actuais e as antigas estruturas feudais. Os tempos de confinamento, os tempos de emergência, os tempos de calamidade só nos têm mostrado o pior dos senhores feudais. Os servos mantêm-se em casa subjugados à sua condição de “infectados”, enquanto os seus senhores dão-se ao luxo de fazerem o que bem entendem e lhes apetece. Nada de novo, nada que já não devêssemos conhecer.
Não é preciso fazer futurologia para perceber o que se segue. Vai aumentar a rigidez nas relações entre senhores e servos. Temendo perder os seus servos, os senhores feudais vão criar novas obrigações para reforçar o vínculo esclavagista que tanto querem preservar. Os servos vão responder ao aumento das suas obrigações com uma onda de violentos protestos. A economia vai viver grandes entraves com o monopólio exercido pelos senhores feudais desta e de outras paragens. Nada de novo, nada que já não devêssemos conhecer.
Apesar de todas as dificuldades, temos algo a nosso favor. A energia do momento que já não se compadece com as velhas estruturas. Os tempos são de mudança e não podemos esquecer-nos que a moeda tem duas faces. Desta vez não vai haver contemplações. A sociedade como a conhecemos vai entrar em agonia e vai colapsar. Liberdade é risco, segurança é prisão, nunca se esqueça disto. Os comportamentos induzidos e a verdade apregoada pelos senhores que tanto precisam dos seus servos, apenas nos aprisionam. A verdadeira liberdade está em perceber quem é que precisa de quem para sobreviver. Se não os quisermos alimentar, vamos ter que fazer diferente. Perceber de uma vez por todas que são eles que precisam de nós e não o contrário. Já devíamos ter percebido isto.
Muita água vai correr até finais de Setembro. Em Julho ou Agosto já vai dar para perceber para onde estamos a caminhar. Se nada mudar até Setembro vamos andar mais alguns anos a mendigar. Ou entramos num dos períodos mais prósperos ou num dos períodos mais sombrios de Portugal. Acho que quando a fome apertar, não vai haver muito por onde escolher. Não entenda isto como futurologia. Isto já é uma realidade que não queremos ver. O futuro é o campo das múltiplas possibilidades. Como vai ser, depende de cada um de nós. Não vale a pena entrar na energia do medo. O que tiver que se materializar materializar-se-á.
Energeticamente, se quisermos aproveitar, este é um belo ano para acabar com o feudalismo, para reformar o ensino, para abrir a economia internamente e externamente, para olhar para a saúde e para as obras públicas de forma diferente. É só uma ponta do iceberg, mas já é muito para um país que tem adiado as suas reformas estruturais em prol dos senhores feudais.
Quando escrevo estes textos, tenho sempre em mente o seguinte: tudo está certo, todos somos responsáveis pelo melhor e pelo pior, ninguém é maior ou melhor que o outro, aquele que não tiver telhados de vidro que atire a primeira pedra, somos todos Um e muito mais. Neste caso em particular é bom lembrar que ninguém está fora da equação. Já fomos todos senhores feudais e servos. Os senhores de agora já foram servos e vice-versa. Como tudo seria mais fácil se percebêssemos…
O mundo pode mudar uma pessoa, mas uma pessoa também pode mudar o mundo.
Em consciência
Boa reflexão
You may say I’m a dreamer, but I’m not the only one I hope someday you’ll join us and the world will live as one
Deixo-lhe aqui uma música intemporal do John Lennon (Imagine)
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